
Se você está solteira ou solteiro, aproveite esse tempo. Ele é único — uma fase preciosa em que você pode estar por inteiro com você mesma (o), desfrutando da sua própria companhia.
Percebo que esse foi um dos aprendizados mais importantes da minha vida: aprender a estar comigo, gostar da minha presença, me escutar com atenção, me olhar com carinho e respeito. Foi um tempo de me observar sem pressa, de me conhecer com mais profundidade, de me compreender e me acolher.
Hoje sou casada, muito feliz com meu companheiro. Ter alguém para amar e ser amada é uma bênção — e sou imensamente grata por viver isso. Mas também fui solteira por um bom tempo, e foi nesse tempo que construí a base da minha relação mais importante: a que tenho comigo mesma.
Se eu pudesse dar um conselho para o meu “eu de quando era solteira”, eu diria exatamente isso que agora compartilho com você:
Ame a sua própria companhia. Aprenda a se apreciar, a lidar com seus pensamentos, a se divertir sozinha, a dançar sozinha, a rir sozinha. Crie uma rotina de cuidado e amor com você mesma. Faça de si o seu lugar seguro.
Tem medo de conhecer pessoas? Acalme o coração… Não coloque toda a sua energia em encontrar alguém para namorar ou casar. Em vez disso, abra-se para o simples ato de conhecer pessoas — sem expectativa, sem pressa, sem roteiro.
Sim… muitas vezes já me confundi em relação aos meus próprios interesses por alguém. E, em outras, fui confundida pelos outros quanto aos meus sentimentos. Isso acontece. Todos nós temos momentos de carência, e às vezes também cruzamos com pessoas muito carentes. Somos humanos, temos falhas, dúvidas, desencontros. Podemos ter problemas de mal entendido. Isso pode acontecer.
É um privilégio cruzar caminhos com novas pessoas. Se eu pudesse voltar atrás, daria mais chances para amizades novas florescerem. Eu me permitiria viver mais encontros leves, risadas espontâneas, conexões sinceras.
Às vezes, quando carregamos o sonho de formar uma família, acabamos tão focadas nisso que esquecemos o valor de outros vínculos que também nutrem a alma — como grandes amizades que nos acompanham pela vida.
Mas nada disso deveria ser motivo para nos fecharmos às novas possibilidades que surgem ao conhecer alguém.
Há mais razões para ter esperança do que para sentir medo.


O medo de sermos mal interpretadas não pode continuar impedindo vivências incríveis com pessoas incríveis.
Conhecer alguém é mergulhar em outro universo, e esse universo traz outros mundos junto com ele. Às vezes, ao procurar um relacionamento, você encontra uma nova amizade. E talvez não seja essa nova amizade o que você procurava, mas… quem sabe essa pessoa conheça alguém que vá ao encontro dos seus sentimentos?
É assim que nascem novas redes, novos caminhos, novos encontros. São novas redes que te conduzem a novas pessoas e possibilidades.
Nem tudo gira em torno de namoro ou casamento. Mas muitas possibilidades surgem quando temos novos contatos com um “mundo novo” que é cada pessoa.
Eu, particularmente, amo desbravar a natureza e sonho em conhecer outras culturas. Mas, com o tempo, percebi que há uma aventura ainda mais profunda: desbravar um ser humano. Conhecer alguém é explorar um universo inteiro — o mundo do outro.
Chega de deixar o medo nos impedir de viver o novo. Quantas oportunidades incríveis de conexão, amizade, aprendizado e afeto a gente perde por receio de se abrir? Você pode encontrar companhias valiosas, amizades inesquecíveis e vivências transformadoras quando deixa de olhar cada nova pessoa apenas como um possível par romântico — e passa a enxergá-las como mundos ricos a serem descobertos.
Aproveite esse tempo. Aproveite sua solteirice. Conheça pessoas, conheça lugares, e principalmente, conheça a si mesma. Não desvie o olhar de você. Não perca o prazer da sua própria companhia. Desfrute da sua liberdade, da sua solitude, dos momentos que são só seus.
Cada fase da vida carrega uma riqueza única, uma liberdade e uma alegria que não se repetem. Aproveite. Viva. Saboreie esse momento com tudo o que ele tem a te oferecer. E quem sabe… talvez a pessoa que você procura chegue quando você estiver simplesmente vivendo o que ama, sendo quem você é: inteira e feliz.
Se você sente amarguras internas e acredita que isso é resultado de estar solteira, pare e reflita: talvez essas dores não tenham a ver com a ausência de alguém, mas com algo dentro de você que precisa de atenção e cura.

Relacionar-se consigo mesma é essencial e quanto mais profundo for esse relacionamento, mais saudáveis serão os vínculos que você construirá com os outros. Por isso, aproveite esse tempo para se olhar com carinho, se escutar com verdade e investir no seu autoconhecimento. Entenda o que você valoriza, o que procura, o que realmente quer.
Quando você sabe o que quer, evita desgastes desnecessários.
Quando você se conhece, seus filtros ficam mais claros e suas escolhas se tornam mais conscientes. Você para de aceitar qualquer coisa só por carência, pressa ou medo de ficar só.
Estar solteira é uma oportunidade valiosa de se preparar para relacionamentos mais autênticos, verdadeiros e alinhados com quem você realmente é. E isso não tem nada de negativo, tem tudo de libertador.

A vida a dois é linda, mas é diferente. Mesmo com adaptações e acordos, os momentos de retiro e silêncio se tornam mais curtos, mais raros, por conta das exigências da casa, da convivência e das responsabilidades. A entrega continua, mas o tempo disponível para estar a sós consigo e com Deus tende a diminuir.
Por isso, aproveite ao máximo este tempo que é só seu.
E mais: aproveite para trabalhar seus medos, suas inseguranças. Fortaleça o amor e o respeito por si mesma. Cresça no apreço pela sua presença, pelo seu jeito, pela sua história.
Somos mais encantadoras quando estamos inteiras em nossa verdade, na nossa espontaneidade, na beleza da nossa essência genuína.
O que realmente encanta, em nós e nos outros, é a nossa essência verdadeira. Busque, sim, evoluir. Mude o que precisa ser mudado. Cresça, amadureça, refine o que há em você. Mas faça isso, antes de tudo, por você mesma, não para se encaixar no gosto ou nas exigências de ninguém.
Somos mais encantadores quando e felizes quando estamos conectados com nossa verdade.
Viva cada tempo da vida com intensidade e consciência. Cada fase tem sua beleza, sua alegria, seu crescimento, seu aprendizado.
E em todos esses momentos, se há alguém que estará com você do começo ao fim, além de Deus, é você mesma.
Então, cuide de ser a melhor companhia para si. Cultive amor, respeito e admiração por quem você é.
Cuide de ser a melhor companhia para si. Cultive amor, respeito e admiração por quem você é.
– Natureza da gente –
Quando eu era solteira, fui missionária franciscana por sete anos. Participei de uma experiência que levava o nome de “Missão Peregrina”. Caminhava pelas estradas, pelas cidades, pegando caronas, sempre rumo a algum santuário.
Eu amava essa missão. Mas, mais do que os destinos, o que mais me encantava era o caminho. O silêncio, a paisagem, os encontros, os aprendizados… e, sobretudo, o encontro, a caminhada comigo mesma.
Era no caminho que a missão acontecia. Era ali que as histórias se desenrolavam, que eu conhecia pessoas e lugares, que me divertia e enfrentava desafios. Era no trajeto que eu via e ouvia a Deus… e a mim mesma. No caminho, nas estradas de terra ou asfalto, nas caronas e nas caminhadas longas, crescia minha amizade com quem caminhava ao meu lado.
Era ali que a vida acontecia.
E é isso que hoje compartilho com você: Nada é tão rico quanto o caminho.
Aproveite o trajeto. Aproveite sua vida. Aproveite a sua companhia, seus amigos, sua família.
Era ali que a vida acontecia.
E é isso que hoje compartilho com você: Nada é tão rico quanto o caminho.
Aproveite o trajeto. Aproveite sua vida. Aproveite a sua companhia, seus amigos, sua família.

Viaje, ajude pessoas, viva sua missão, estude, trabalhe, ria, recomece, respire, se divirta.
Porque é no meio do caminho que a beleza da vida se revela, em detalhes que só quem está presente consegue perceber.
As coisas realmente acontecem quando você caminha, enquanto você vive e se movimenta.
Você tem algum “santuário”? Um sonho, um destino, um lugar onde deseja chegar? Talvez o seu “santuário” seja construir uma família.
Caminhe em direção a ele. Mas caminhe vivendo, presente, inteira, aproveitando ao máximo o trajeto.
A graça não está só na chegada. A graça está em cada passo.
“Muito, da vida, eu já quis. Já quis… mas não quero mais…”
– Cecília Meireles –
Muito obrigada pela presença e pela partilha desse momento!